77. Sem isopor, por favor :-)

Às vezes é fácil reduzir o lixo praticamente irreciclável que levamos para casa. Que tal pedir o queijo e o presunto sem a bandeijinha que é vilã do meio ambiente?

Meus filhos adoram misto quente. E toda vez que vou comprar presunto e peito de peru (a mussarela é orgânica e entregue em casa), dou de cara com um pelotão das inimigas: as bandejinhas de isopor. As danadas me irritam porque viram lixo imediatamente e ficam entupindo o mundo por séculos, já que quase ninguém se candidata a reciclá-las. Até existem projetos experimentais bacanas, como o da Universidade Federal de Santa Catarina e o do Aprendiz, aqui em São Paulo, mas o destino de 99,99% do isopor que entra em nossas vidas é mesmo o lixão. 

Como quase tudo que existe, o material é recicLÁVEL mas raramente recicLADO, pois não vale a pena economicamente. Explico: o plástico poliestireno (nome oficial da coisa, já que isopor foi o apelido bonitinho criado pela indústria) aceita muito bem a expansão por gases. Como cerca de 98% dele é puro gás pentano (antigamente era CFC, o detonador da camada de ozônio), trata-se de uma alternativa barata e leve para embalagens. Só que essa característica vira desvantagem na hora de reciclar. Num mercado em que tudo vale quanto pesa, pouca densidade se traduz em preço minúsculo. Para se ter um ideia, um caminhão inteiro não consegue transportar mais do que algumas dezenas de quilos de isopor.

Quem (como eu) já está no planeta há algumas décadas talvez lembre que antigamente os sanduíches do Mc Donalds vinham nesse tipo de embalagem. A empresa só optou pelo papelão após ativistas californianos fazerem boicote, isso lá pelos 1980s. Lembro de ter visto a notícia no jornal de antanho, mas o assunto é tão velho que o Google não sabe de nada.    

Em pleno 2011, os supermercados continuam acomodando os hortifruti “chiques”, categoria na qual os orgânicos se encaixam, em bandeijinhas de isopor. Depois de banir as sacolinhas, que tal uma campanha para acabar com isso?

Tem momentos em que o ambientalismo pede reflexões profundas e disposição para alterar sensivelmente o próprio modo de vida. Em outras horas, é bem fácil mudar para melhor. Basta dizer à pessoa que corta os frios: “O meu sem isopor, por favor!”. Faço isso há muitos anos. De vez em quando até rola um ecopapo no balcão, embora os olhares oblíquos sejam mais comuns. Despidos do poliestireno, os ingredientes do sanduíche das crianças viajam muito bem e aliviamos um pouco a pegada ecológica. Se vierem empilhados em vez de espalhados, menos invólucro ainda é necessário. Em casa, guardo os frios em potes de vidro com tampa e me livro também do venenoso Bisfenol A que contamina os plásticos. Mas isso já é outro assunto e, se quiser saber mais sobre ele, dê uma olhada em http://conectarcomunicacao.com.br/blog/37-duas-mulheres-contra-um-veneno/

INFORMAÇÕES SOBRE RECICLAGEM DE ISOPOR:


FAÇA VOCÊ MESMO:
A melhor coisa é recusar. Se não for possível, em vez de jogar fora tente reutilizar:

  • Será que o departamento de arte da escola dos seus filhos ou sobrinhos não aceita bandejinhas usadas e lavadas para colocar os trabalhos dos alunos?
  • Bem picadinho, pode virar enchimento para aquela almofada ou bichinho de pelúcia que anda meio murcho.

One thought on “77. Sem isopor, por favor :-)

  1. Cláudia, conheci seu blog agora pela sua participação lá no cantinho da Carol. Adorei!!!
    Juro que não sabia que o isopor era tão poluente também… #burra! E amei a dica para usar pedacinhos no enchimento de almofadas! Vai ser prática certa por aqui!!
    Parabéns!! Seu blog é de utilidade pública! 🙂
    Beijos

  2. trabralhamos com reciclagem de isopor,e fico muito feliz em saber de gente que se preocupa com o meio anbiente .portanto gostaria de receber se possivel o isopor que estiver no lixo,vamos tirar o isopor do lixo .

  3. Adorei o post!
    Há tempos venho me incomodando com o “não reciclar” do isopor mas nunca havia pesquisado sobre o assunto. Vou dizer Não ao isopor.

    Abs

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