116. As roças de São Paulo

Plantar comida no quintal já é muito bom. Participar de uma horta coletiva em espaço público, simplesmente maravilhoso.

Desde que iniciei minha horta doméstica, há quatro anos, trabalhar a terra coletivamente em plena cidade de São Paulo virou um sonho. Eu duvidava um pouco que fosse possível e não esperava que acontecesse tão cedo. Mas já virou realidade!

Desde julho tenho o privilégio de fazer parte do grupo de voluntários da Horta das Corujas, na Vila Madalena. Está sendo uma experiência incrível, não só de aprendizado sobre plantio, mas principalmente de convivência humana. Nem é preciso mencionar os imensos problemas da metrópole, muito conhecidos por todos, mesmo por quem nunca pisou na pauliceia. Então a princípio o projeto foi visto com certa desconfiança. O terreno é contaminado? A água da nascente (que usamos para regar) está suja? As pessoas vão destruir os canteiros? Não, não e não! A prefeitura deixa? Vai aparecer alguém para ajudar no serviço pesado? Sim e sim! 

Quando eu ainda não plantava, trabalho braçal na roça me parecia algo penoso e desagradável. Não fazia ideia de que pegar na enxada podia fazer tão bem para o corpo, a alma e os relacionamentos. Sequer imaginava que a labuta na terra era tão fértil para o companheirismo e a reconexão com a natureza e o ciclo da vida. E que uma horta é um ímã de gente do bem. Mais detalhes não preciso contar porque nosso blog (www.hortadascorujas.wordpress.com) registra toda a história, desde o comecinho. Basta ler de baixo para cima.

Horta na Paulista?  Em plena avenida mais famosa da megalópole acaba de nascer a Horta do Ciclista. Fica na rotatória entre a Rua Bela Cintra e a Rua da Consolação, um espaço que os ciclistas adotaram como ponto de encontro. Ali não sou das voluntárias mais ativas, apenas participo dos mutirões de plantio em finais de semana. Algumas pessoas que trabalham na região estão se organizando para cuidar da horta no dia-a-dia e o esquema, 100% livre e 50% anárquico, funciona! Tudo na base da camaradagem e da ajuda mútua. Basta um balde (emprestado do prédio em frente) e um pouco de água para manter as plantas vivas até o próximo encontro de trabalho intensivo. Qualquer pessoa pode participar. As dicas estão nessa página wiki: https://pt.wikiversity.org/wiki/Horta_do_Ciclista.  

De novo, a desconfiança inicial foi grande. “Naquele lugar passa tanta gente, o pessoal não vai arrancar e pisotear?”, ouvimos mais de uma vez.  A resposta até agora é não. Os paulistanos estão respeitando esses projetos e, ao que parece, a cidade está preparada para muitas outras hortas coletivas. Que venham elas!

Para quem se interessa por cultivo de alimentos na cidade, mesmo que seja na varanda do apartamento, recomendo o grupo Hortelões Urbanos no Facebook (https://www.facebook.com/groups/170958626306460/).

One thought on “116. As roças de São Paulo

  1. Olá amigos !
    Foi maravilhoso ouvir a entrevista na rádio CBN à respeito de cultura orgãnica . Senti dentro do meu peito com que alegria a entrevistada falava a respeito desse mundo maravilhoso que é a volta ao natural. Como é mais fácil viver uma vida mais leve e feliz sem precisar de muito…
    Um forte abraço e felicidades para todos

    Roberto Hache http://www.hoteloberland.com.br

    .

  2. Oi ouvi uma entrevista sua e fiquei bastante sensibilizada. Viver com menos. Viver mais com menos. Não é fácil começar, mas pequenas atitudes trazem um super alivio. bj. Paula.

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